sábado, 11 de dezembro de 2010

"Eu não uso pele de ovelha"

Algumas pessoas questionam o meu estilo poético (ou diria), patético, que é chato, rimado demais, meloso, passado da validade... e eu gosto disso. Assim eu percebo que mexo com elas, mesmo que de uma forma negativa. Ainda bem que o poeta vive de críticas; elas me fazem crescer de verdade. Agradeço aos meu amigos que me alertam quando meu estilo "congela", obrigado mesmo!

Do Lobo

Não se ensina truques velhos
À velhas fontes secas,
pois não se acaba a sede do sedento
nem o velho nunca mais (se) surpreende!

O veterano sempre tem uma cartada
Como o juiz, um veredito,
E até o mestre tem um golpe,
Que nunca ensina ao seu discípulo.

Mas o lobo, espreita na colina.

Chega o dia em que o jovem lobo cresce
Os pelos engrossam, o uivo acentua-se
As presas ficam afiadas.
Então o jovem lobo ataca,
Arranha o rosto do velho,
Cospe na cara, morde o rabo,
E dá-se como vitorioso.

Mas o velho lobo não morre,
Finge-se de morto,
Truque novo,
e quando vem a mordida final
O Velho lobo levanta,
Sorri, e vai guiar outra matilha.

Lucas Matos

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