"Quando o gemido já não é de prazer, fito a morte"
(...)
As cinzas já habitam o meu cabelo.
O sofá é a cama do dia,
E o leito de amanhã, só sabe Deus!
Estou perdido entre o tempo que restou da morte,
E o que faltou da vida.
Minha face desfigura-se aos poucos.
Tenho esses pés de galinha
e essas marcas que não se vão.
O coração a saltar do peito, morto,
Bate em vão.
Gemidos me enchem de gozo,
Embora a juventude seja passada,
A robustez de minha mente sã, ainda sorri.
Enquanto meus ossos enrijecem.
A lembrança é um papel rasgado,
Que já não tem importância.
Vivo mais intensamente o hoje
Do que vivera o amanhã outrora.
Descobri duas coisas nesse tempo:
Que o amanhã não existe.
E que o café não é uma droga.
Embora eu não viva muito tempo pra provar!
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