quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Guilhotina




"Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele." I Timóteo 6.7

(...)


É tarde agora,
A ausência do café amargo
E a presença fria da lâmina no rosto
Todo ensanguentado,
Já me partiu ao meio.

Espero apenas a sentença.

De soslaio,
Vejo o meu algoz girar a foice,
Embora fosse o fim,
Consegui avistar misericórdia,
Um instante de incerteza, talvez medo,
Não sei, momentos assim são raros.

Não lhe implorei a vida,
Não achei que ele tivesse tal poder,
Naquele instante, ele era o assassino.

Olhei com desdém,
Fui por um minuto refém,
Mas ele, pelo resto da vida.

Lucas Matos

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